terça-feira, 8 de junho de 2010

Estou sentado nos pés da cama dela, olho para as minhas mãos sujas de sangue e penso em como uma chegamos a isso.
Como toda sexta feira vim correndo da faculdade para a casa onde ela morava sozinha há um ano, desde que sua mãe tinha ido embora com o novo marido, e como sempre faríamos amor antes de ir para qualquer bar ou festa que ela provavelmente já teria escolhido sem me perguntar, eu nunca liguei para isso, o que eu realmente queria era ficar com seu corpo nu ao lado do meu durante todo o fim de semana, mas sabia desde quando a conheci que ela não era muito caseira e que tinha que sair todos os fins de semana.
Não tínhamos nada em comum, nem freqüentávamos os mesmos lugares, mais fomos apresentados por um amigo em comum, durante uma festa de aniversario, como nunca levei muito jeito com as mulheres assim que ficamos a sós, depois das devidas apresentações, eu não sabia direito o que dizer e comecei puxando assunto sobre uma matéria que tinha aprendido a poucos dias na faculdade, sobre cálculo vetorial e até hoje não entendo muito bem como ela escutou toda minha explicação e ainda assim me achou interessante.
Logo depois ela me convidou para um café, onde descobri que ela gostava de tatuagens, músicas pesadas, baladas, pessoas estranhas e cursava artes plásticas. Como se nascidos um para o outro desse dia em diante passamos a nos ver com freqüência e mantínhamos contato todos os dias por telefone ou por mensagens de texto. Até que 3 meses depois tomei coragem e a pedi em namoro, escutando como eu tinha demorado tanto para pedi-la em namoro depois de todas as suas demonstrações de afeto.
Depois que sua mãe se mudou com o novo marido, eu era tudo o que ela tinha e tentava me manter o máximo de tempo presente em sua vida. Pretendia me casar o mais rápido possível com ela e fazer todas suas vontades mais sabia que ela só aceitaria meu pedido depois de terminar a faculdade então esperava calmamente até que esse dia chega-se.
Sai da minha aula 15 minutos antes do termino, no caminho encontrei todos os sinais fechados e já começava a ficar irritado, como se não soube-se que tínhamos a vida toda pela frente, nessa hora decidi que pediria sua mão depois de fazer amor com ela, explicaria que iria esperar o tempo que fosse para casar, mas queria ter certeza que a teria pelo resto da vida.
Parei o caro na frente de sua casa, enquanto andava até a porta da frente pensava nas melhores palavras para fazer o pedido, coloquei a mão na maçaneta da porta que abriu, na hora senti um arrepio e um frio na barriga, mas imaginei que ela queria me fazer algum tipo de surpresa, entrei em silencio na casa e fechei cuidadosamente a porta atrás de mim.
Segui pelo corredor escuro em direção a seu quarto e escutei alguns barulhos e vi uma luz fraca saído pelas frestas da porta, abri a porta imaginando como ela estaria me esperando, talvez com uma lingerie vermelha, minhas preferidas na sua pela clara de curvas acentuadas, quando finalmente entrei no quarto e coloquei meus pensamentos no lugar me deparei com um homem alto vestido de preto apontando alguma coisa pontiaguda em minha direção e o quarto encontrava-se totalmente revirado, com roupas e papeis espalhados , impulsivamente, imaginando que ele teria encontrado ela enquanto ela me esperava, fui violentamente em sua direção furioso usando de toda minha força, no mesmo instante senti a lamina entrando em minha pele, um calor estranho percorreu todo meu corpo, não sentia dor então fui até a cama e me sentei tentando reunir forças para gritar por ela, o homem a muito tempo já deveria ter ido embora, a mancha de sangue na minha camisa estava bem maior do que a um minuto atrás e tudo parecia demorar mais tempo que o normal para acontecer.
Escutei a porta da frente abrir e se fechar, um barulho de sapatos de salto vindo na direção do quarto e a luz acendeu ofuscando minha vista e a fazendo arder, um grito e suas mãos na minha, seu rosto apavorado olhando o meu, ela disse alguma coisa que não consegui entender mais eu a queria perto de mim por mais alguns minutos então usei minhas ultimas forças para segurar suas mãos e a puxei de volta.
O calor se foi e agora sinto a dor, ela chora e grita meu nome, mas eu sei que esse é meu último segundo.